"O Meu trabalho coreografico, fundamentado na Dança Butoh, o qual pesquiso e desenvolvo estudo desde 1983, revela um corpo em estado de prontidão. Um corpo onde o tônus muscular é usado como indicativo das ações físicas e corporais. Descreve a dinâmica das várias seqüências coreográficas de quedas/desligamento e recuperação da vida deste corpo. A “alma” é uma das principais características deste trabalho, a emoção é obrigatória para a canalização da sensibilização, despertar nos seres humanos, uma maior compreensão do valor da vida. Um assunto muito delicado e perigoso de se lidar. O corpo e a alma devem estar presentes no trabalho e através deles extrair a essência do intérprete. Um dos objetivos da Ogawa Butoh Center.
À partir da reunião realizada em março de 1997, foram traçadas algumas metas para o trabalho realizado na Ogawa. Pudemos observar que estavam surgindo alguns bailarinos em festivais e mostras de dança, fazendo butoh. Isso se deve ao fato de eu ter introduzido essa vertente de dança em um campo mais popular e de visibilidade bastante abrangente. As primeiras apresentações causaram estranheza, espanto e também admiração de alguns. Que reconheciam um trabalho original em meio um mar de coreografias que repetiam uma fórmula em série. Levou tempo até que os primeiros prêmios vieram. Os bailarinos que se seduziram por essa vertente, copiaram uma estética que meu corpo propunha, sem conhecer o que era. Isto abriu uma discussão entre os bailarinos da Ogawa. Nos levou a manter o que havíamos aberto para outras pessoas. E despertou o questionamento para o desenvolvimento de uma metodologia que vivenciávamos na prática. Aí nasceu o "Aiar Butoh". Conhecemos a Dança Butoh de Kazuo Ohno, e à partir dela, seguindo suas palavras, estamos em busca de nossa dança. Não somos japoneses, e nunca pretendemos imitar o próprio Ohno. Vamos em busca da nossa linguagem, da nossa verdade. Respeitando muito todos os ensinamentos do grande mestre, mas também a nossa condição de brasileiros. O que nos fazem muito especiais.
Como surge a cada dia alguém interessado em se aproximar do nosso trabalho, precisamos estar cientes de que estamos fazendo hoje com os nossos físicos, saber qual o desenvolvimento deste processo e garantir a perpetuação deste trabalho. Estamos exportanto nossa metodologia, dia-a-dia novos contatos tem sido feito com os alunos vindo de outras partes do mundo interessados em nosso estudo físico sobre o butoh, esta nova vertente que batizamos como "Aiar Butoh". O ser humano e seu desenvolvimento como “ser vivente habitante deste planeta” é um dos principais temas que propomos discussão, seja na sala de aula ou no palco. O Ser humano merece ser feliz e em um planeta saudável. Trabalhamos as pessoas para poderem perceber e despertar isso dentro de si e despertarem no próximo essa “missão”."
João Roberto de Souza - Março de 2001.
THE SYNTHESIS OF THE WORK OF OGAWA
My choreographic work, based in the Butoh Dance, which I've been research and developed a study since 1983,it reveals a body in state of readiness. A body where the muscular tonus is used as indicative of the physical and corporal actions. it describes the dynamics of the several choreographic sequences of falls/disconnecting and recovery of the life of this body. The “soul” it is one of the main characteristics of this work, the emotion it is obligatory for the canalization of the sensibilization, to wake up in the human beings, a larger understanding of the value of the life. A very delicate and dangerous subject of working. The body and the soul should be present in the work and through them to extract the interpreter's essence. One of the objectives of Ogawa Butoh Center.
The starting from the meeting accomplished in March of 1997, some goals they were traced for the work accomplished in Ogawa. We could observe that some were appearing ballet dancers in festivals and dance displays, making butoh.
That is due to the fact of me to have introduced that dance slope in a more popular field and of quite including visibility. The first presentations caused strangeness, fright and also admiration of some. That recognized an original work in half a sea of sameness. A long time passed by until that the first prizes came. The ballet dancers that they were seduced by that slope, copied an aesthetics that my body proposed, without knowing what was. This opened a discussion among the ballet dancers of Ogawa. It took us to maintain what had opened for other people. And it woke up the questions for the development of a methodology that we lived. And born the "Aiar Butoh". We met Kazuo Ohno's Butoh dance, and starting from it, following the words, we are in search of our dance. We are not Japanese, and we never intended to imitate Ohno. We are going in search of our language, of our truth. All a lot respecting the great master's teachings, but also our condition of Brazilian. What does us very special.
As it appears every day somebody interested in approaching of our work, we needed to be aware that we are doing today with our physicists, to know which the development of this process and to guarantee the eternally of this work.
The human being and their development as “to be alive inhabitant of this planet” it is one of the main themes that propose discussion, be in the class room or on the stage. The human being deserves to be happy and in a healthy planet. We worked the people for us to notice and to wake up that inside of itself and they wake up in the neighbor that “mission”."
João Roberto de Souza - March of 2001.